segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Nova tomada desagrada consumidor

por Rita de Cássia Cornélio

Dificuldade em encontrar eletroeletrônicos e aparelhos domésticos adequados às novas normas é alvo de críticas

Plugues e tomadas no novo padrão brasileiro desagradaram os consumidores. A dificuldade é encontrar eletroeletrônicos e aparelhos domésticos que sigam as normas em vigor desde o ano passado. O jeito tem sido recorrer a adaptadores.

Para o engenheiro eletricista Rigiel Luiz de Mesquita Gambetti, a lei que determinou a mudança é absurda, apesar de garantir mais segura. “As fabricantes de tomadas e plugues estão seguindo o padrão que foi adotado somente no Brasil. A história é mais ou menos assim: a Comissão Eletrotécnica Internacional tentou uma padronização internacional. Foram criadas comissões para discutir. A maioria chegou a conclusão que não adiantava mudar. No Brasil, a comissão aprovou e temos que seguir esse padrão”, explica.

De acordo com Gambetti, existem dois padrões de tomadas: um mais grosso e outro mais fino, que podem ser usados dependendo do nível de correto. Os pinos são cilíndricos e, como se encaixam na parte interna, evitam acidentes. “Exige aterramento”, acrescenta.

O engenheiro civil Fábio Parolin concorda com Gambetti no item segurança. “É mais seguro. Evita que crianças e mesmo os adultos sejam atingidos por choques. Mesmo que a pessoa balance a tomada, ela não sai facilmente, evitando acidentes”, destaca

Ele também lamenta que eletroeletrônicos e aparelhos domésticos não sigam as mesmas regras. “As tomadas das construções mais recentes seguem a norma. Porém, mesmo executando o projeto elétrico, a obra fica com jeito de adaptada. Para ligar um simples ventilador, tem que comprar um adaptador que altera a aparência. Mesmo os aparelhos adquiridos no Exterior não possuem os três pinos. Também exigem adaptadores”, diz.

O eletricista Sivirino Torquato Filho tem esperança de que os eletroeletrônicos e aparelhos domésticos comecem a ser fabricados com os três pinos. “No nosso meio circula que o governo baixou uma portaria que, desde o ano passado, eles seriam fabricados conforme dita a regra. Mas não temos constatado isso no dia a dia.”

Torquato Filho alerta que se o consumidor retirar o pino de um aparelho novo para colocar o de três pinos, pode perder a garantia. “Alguns consumidores estão arriscando trocar, mas podem perder a garantia do aparelho. Claro que o aterramento, a tomada e os plugues são mais seguros, mas é preciso que os eletroeletrônicos e domésticos aparelhos sejam vendidos com o pino certo”, afirma.

Curto-circuito

O modelo três pinos foi inspirado no padrão suíço e, segundo o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), foi adotado para garantir mais segurança ao consumidor. Segundo as estatísticas do Corpo de Bombeiros de São Paulo, nos últimos 10 anos, dos 35 mil incêndios na cidade, seis mil tiveram como causa curto-circuito.

Para o Inmetro, o novo padrão vai reduzir de forma considerável esse tipo de acidentes, uma vez que, além de garantir o aterramento para aparelhos de maior consumo, o novo plugue encaixa na tomada. Mas, os novos plugues e tomadas só são obrigatórios em geladeiras, lavadoras de roupas, micro-ondas, aparelhos de ar condicionado, TVs de plasma e LCD e computadores.
Fonte: JCNet - 21/02/2011

Consumidor deve ficar atento se o preço da etiqueta é o mesmo no caixa


   

por Veruska Donato

Nem todo consumidor confere se o preço de um produto no caixa é igual ao cobrado na prateleira. São tantas reclamações que os supermercados decidiram substituir as etiquetas de papel por etiquetas eletrônicas.

Nossos repórteres fizeram uma pesquisa e descobriram um produto em que a diferença de preços passava de R$ 150.

No flagrante gravado pela nossa produção, o casal encontrou uma luminária por R$ 42, mas ao passar no caixa, o preço saltou para R$ 199. O homem reclama do código de barras. "Olha o código que eles colocaram aqui. Está escrito a mão", reclama.

A gerente dá um desconto e a luminária sai por R$ 79. O casal decide levar o produto.

Se o casal quisesse, poderia ter levado a reclamação em frente e procurado o Procon. Quando há dúvida sobre o preço da mercadoria, o Código de Defesa do Consumidor diz que vale sempre o menor valor. Casos assim são frequentes principalmente em supermercados

Se o preço está marcado errado, o problema é da loja. O preço deve estar acessível ao consumidor. Não cabe a ele ficar interpretando informação. "Ele não é obrigado a ficar conferindo minúcias, número de série do produto, número de código de barras, letras miúdas, qualquer informação que não seja prestada de forma clara pelo fornecedor", garante Lucas Cabette, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.

Não foi o que Jornal Hoje encontrou em vários supermercados. Em um deles, não há nem etiqueta de preços. Em outra prateleira, uma única etiqueta.

Nas comidas congeladas, há uma única etiqueta para vários produtos, marcando R$ 14,90. No caixa, a lasanha de berinjela sai por R$ 19,90, cinco reais mais cara

O queijo custa R$ 3,59 na prateleira, mas no leitor de barras, custa R$ 3,99. São R$ 0,40 a mais. O atum é vendido a R$ 3,49, mas no leitor está R$ 0,50 mais caro. No caixa aparece o preço mais alto.

A funcionária admite que nem sempre as promoções são informadas aos caixas. "Às vezes eles mudam lá e não cai aqui no sistema", diz.

É com a implantação das etiquetas eletrônicas, em breve, que os supermercados querem reduzir falhas. "Um mecanismo que é atualizado simultaneamente, ou por rádio-frequência ou por infra-vermelho, ou outros sistemas que possam atualizar o preço da gôndola no mesmo momento. Isso vai dar muito mais segurança, muito mais agilidade ao processo todo", afirma Tiaraju Pires, da Associação Brasileira de Supermercados.

As etiquetas eletrônicas já estão sendo testadas em alguns supermercados do país. 
Fonte: Jornal Hoje - 17/02/2011