A superlotação nas penitenciárias de Ribeirão Preto e Serra Azul tem causado conflitos entre agentes e presos. Em agosto, dois motins aconteceram em pontos isolados das unidades prisionais de Serra Azul e Ribeirão que estão em média com 50% de detentos acima da capacidade.
As penitenciárias 1 e 2 de Serra Azul estão
com o dobro da lotação prevista, com 91% e 101% a mais respectivamente.
"Esta superlotação cria um ambiente de tensão porque não existe
capacidade humana instalada para atender a todos", diz Vanderley Caixe,
presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB.
Nesta segunda-feira (5), o promotor
Wanderley Trindade, de Cravinhos, e o presidente da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil) Ricardo Giuntini e a Comissão de Direitos Humanos
da instituição estiveram no CDP para averiguar como o preso Adriano
Freitas foi ferido com dois tiros de bala de borracha na perna durante
uma revista em que os presos se recusaram a entrar nas celas. O fato
ocorreu em 11 de agosto e uma sindicância apura a atitude dos agentes.
"Exigimos apuração rigorosa porque o
preso tem direitos que devem ser respeitados", diz o promotor. Giuntini
afirma que a OAB verifica todas as denúncias. "Zelamos pela observância
dos direitos humanos."
O segundo motim ocorreu no dia 31 de
agosto, na penitenciária de Ribeirão Preto. Depois de uma revista nas
celas 326 e 327, um preso ameaçou um agente que teria encontrado celular
e droga em uma cela. Ao mesmo tempo, o detento Guilherme Consentino
afirmou que havia sido agredido por um funcionário. "Começou um tumulto e
o raio [pavilhão] ficou inflamado", diz um agente que pediu sigilo
sobre o nome.
Segundo ele, o detento teria tomado
Maria Louca (cachaça feita na prisão) e estaria alcoolizado.
"Apreendemos muita bebida e droga, mas é muito preso e pouco
funcionário", afirma.
O agente conta que, após a confusão,
os detentos não entraram nas celas e teriam que ir para o setor de
disciplina, mas o encarregado da segurança permitiu que eles ficassem no
local. "Ficamos indignados com a negociação. Nossa autoridade foi
retirada e os presos não seguiram as regras".
fonte: Jornal A Cidade
créditos: Jucimara de Pauda
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