sábado, 10 de setembro de 2011

Lotação causa 2 motins em presídios da região de Ribeirão

Promotor e representante da OAB foram até o presídio de Serra Azul nesta segunda, para apurar violência contra detento

A superlotação nas penitenciárias de Ribeirão Preto e Serra Azul tem causado conflitos entre agentes e presos. Em agosto, dois motins aconteceram em pontos isolados das unidades prisionais de Serra Azul e Ribeirão que estão em média com 50% de detentos acima da capacidade.

As penitenciárias 1 e 2 de Serra Azul estão com o dobro da lotação prevista, com 91% e 101% a mais respectivamente. "Esta superlotação cria um ambiente de tensão porque não existe capacidade humana instalada para atender a todos", diz Vanderley Caixe, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB.

Nesta segunda-feira (5), o promotor Wanderley Trindade, de Cravinhos, e o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Ricardo Giuntini e a Comissão de Direitos Humanos da instituição estiveram no CDP para averiguar como o preso Adriano Freitas foi ferido com dois tiros de bala de borracha na perna durante uma revista em que os presos se recusaram a entrar nas celas. O fato ocorreu em 11 de agosto e uma sindicância apura a atitude dos agentes.

"Exigimos apuração rigorosa porque o preso tem direitos que devem ser respeitados", diz o promotor. Giuntini afirma que a OAB verifica todas as denúncias. "Zelamos pela observância dos direitos humanos."

O segundo motim ocorreu no dia 31 de agosto, na penitenciária de Ribeirão Preto. Depois de uma revista nas celas 326 e 327, um preso ameaçou um agente que teria encontrado celular e droga em uma cela. Ao mesmo tempo, o detento Guilherme Consentino afirmou que havia sido agredido por um funcionário. "Começou um tumulto e o raio [pavilhão] ficou inflamado", diz um agente que pediu sigilo sobre o nome.

Segundo ele, o detento teria tomado Maria Louca (cachaça feita na prisão) e estaria alcoolizado. "Apreendemos muita bebida e droga, mas é muito preso e pouco funcionário", afirma.

O agente conta que, após a confusão, os detentos não entraram nas celas e teriam que ir para o setor de disciplina, mas o encarregado da segurança permitiu que eles ficassem no local. "Ficamos indignados com a negociação. Nossa autoridade foi retirada e os presos não seguiram as regras".

créditos: Jucimara de Pauda

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